terça-feira, 6 de novembro de 2012

SENADO FEDERAL - COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS



Convidados questionam procedimento de adoção de cinco crianças no sertão da Bahia


A presidente do Grupo de Apoio a Adoção De Volta Para Casa, Sandra Amaral, mostrou-se revoltada com a denúncia de adoção ilegal de cinco crianças de Monte Santo, no sertão da Bahia. Quatro meninos e uma menina foram retirados dos pais biológicos e entregues a casais de São Paulo num processo supostamente irregular de adoção. O caso ganhou repercussão nacional depois de reportagem exibida pelo Fantástico da TV Globo.

- Com abrigos lotados, eles foram roubar filhos de pessoas pobres, filhos amados e desejados. Para que isso? É um crime vergonhoso. Sinto nojo e vergonha de uma lei tão fraca. Uma pessoa que deveria defender a criança e a coloca em último lugar - disse, referindo-se ao juiz que autorizou a adoção.
A integrante do Grupo de Apoio à Adoção Aconchego, Fabiana Gadelha, por sua vez, alertou que o caso de Monte Santo não foi isolado e se repete com freqüência no Brasil.
- Não se pode resolver o problema da pobreza por adoção. Por que os casais não pegaram as crianças em São Paulo? Por que ir ao interior se aproveitar da situação de miséria? Não podemos demonizar o juiz, pois não sabemos os motivos que o fizeram efetivar a adoção. Perversidade ou vontade de querer que cinco crianças saiam da pobreza? – indagou.
O assunto está sendo debatido na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Na abertura da audiência, o senador Paulo Paim (PT-RS) lembrou que o processo de adoção no Brasil envolve regras rígidas e leva em média um ano para ser concluído e lamentou a situação das crianças que aguardam uma família nos abrigos brasileiros.
- Adotar é um ato louvável, mas não pode haver irregularidade, nem violação de direitos humanos, seja dos adotados ou do adotantes – afirmou.
A reunião está sendo realizada na sala 2 da Ala Nilo Coelho do Senado Federal.
(Fonte: Senado Federal)

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