quinta-feira, 20 de maio de 2010

POR QUE ADOTAR?



A nossa língua pátria conceitua a expressão adotar em onze versões: “1.Optar ou decidir-se por; escolher, preferir. 2.Seguir, abraçar. 3.Tomar, assumir. 4. Aceitar, acolher, seguir. 5.Pôr em prática, em uso; praticar, aplicar. 6.Atribuir (a um filho de outrem) os direitos de filho próprio; perfilhar, legitimar. 7.Usar de, ou passar a usar de; tomar, assumir. 8.Aprovar; outorgar. 9.Admitir, aceitar; reconhecer. 10.Recorrer a, valer-se de. 11. Tomar por filho; perfilhar, legitimar.”

Todavia, há um único sentimento que torna semelhante tantas histórias diferentes: o amor, a pura vontade de amar um ser humano além de seu estereótipo, além de sua genética, além de seu perfil.

Ao buscar razões para adotar, talvez encontremos a impossibilidade de gerar filhos biológicos ou a genuína vontade de ter como filho alguém estranho ao seu sangue, pela crença de que é possível amar, com a mesma intensidade, todos os filhos, independente de sua origem biológica.

Encontramos, ainda, motivos mais que surpreendentes para justificar o fenômeno da adoção: são particularidades íntimas, sonhos de infância, desprendimento social, motivações familiares e espirituais, enfim, uma variada gama de motivos legítimos que levam os futuros pais por adoção a perfilhar.

Ou de outro modo, há apenas a intuição de que seu filho está por aí, a espera de seu colo em algum lugar. É uma certeza tão indefinida e tão forte que, por vezes, soa como loucura, e pode até ser, mas é mais uma das excentricidades de mães e pais corujas. É uma busca com destino e tempo indefinido, mas certa.

Ao investigar os sentimentos que motivam a decisão de adotar, encontramos os mais variados e conflitantes: a ansiedade, a esperança, o medo, a alegria... os mesmos que as mamães e papais gestantes relatam sentir durante a gestação, e após, também.

Na alma de quem opta por mais essa forma de constituir uma família não há uma explicação plausível, puramente racional para se aventurar nesse amor tão real, tão profundo, tão simples. É a mera vontade de amar um filho que justifica o ato de adotar.

As mães e pais por adoção dizem que diferentemente do parto, onde o filho sai do corpo, adotar é permitir que esse filho entre dia a dia na sua vida, para todo o sempre. No fim, adotar e procriar são formas diferentes de vivenciar e explicar uma mesma coisa: o amor filial. É olhar nos olhos do filhote e ter a certeza de que é seu, definitivamente.

(Fabiana Gadêlha)

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